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Channel: De Mãe para Mãe - Infertilidade
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Viver com Infertilidade

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Boa tarde a todas Sorriso
Tenho que admitir que sou nova neste campo de partilhar a minha história, mas é isso mesmo que venho fazer hoje, porque para ser honesta não conheço ninguém com o mesmo problema que eu.
Tudo começou em 2016 quando fui diagnosticada com cistos nos ovários, um maior no ovário direito, com 50 cm, e dois mais pequenos no ovário esquerdo. Fui encaminhada para o IPO do Porto, onde me foi retirado o ovário direito e parte do ovário esquerdo. Depois de ser realizada a biopsia dos cistos retirados ficamos a saber que se tratavam de tumores benignos e que não teria de retirar o restante do ovário esquerdo apesar de continuar a ter um cisto nesse ovário ,o qual não apresentava riscos pois todas as mulheres podem formar cistos , cistos estes que que podem desaparecer no final do ciclo mestrual e voltar a aparecer, de maneira que não era motivo de preocupação. Respiramos de alivio.
Como a minha fertilidade estava afetada e poderia correr o risco de ter de retirar no futuro o ovário esquerdo, fui encaminhada para consulta de PMA, para realizar congelamento de ovócitos.
No inicio deste ano, 2018 , tive então consulta com uma especialista em fertilidade para proceder a esse tratamento, e foi nessa consulta que recebi a pior noticia, após uma ecografia intra-vaginal descobrimos que o que pensávamos ser um cisto pequeno no ovário esquerdo, era na verdade uma hidrossalpinge. Hidrossalpinge é o nome dado a uma trompa doente, basicamente a minha trompa de falópio forma um líquido tóxico para os embriões, de maneira que eu não posso engravidar. Esta doença para uma mulher com o sistema reprodutor intacto continua a ser um problema, mas nesse caso a trompa é laqueada e a mulher continua com um ovário e uma trompa funcional, e apesar de reduzir as hipóteses de engravidar, a mulher continua fértil.
No meu caso, como já não tinha o ovário direito, implica que a minha única hipótese de engravidar seja agora recorrendo ao congelamento de óvulos.
Embora a gravidez não esteja nos meus planos para um futuro próximo, é uma coisa que eu certamente quero experienciar um dia.
Eu estou infértil aos 19 anos, o que por vezes me deixa revoltada e a pensar " Porquê eu?" , mas tento suprimir esses pensamentos e viver a vida o melhor que posso, e lembrar-me que mesmo com todos os problemas eu posso ter uma hipotese de poder ser mãe um dia , e isso é tudo o que eu posso pedir.

Obrigada por ouvirem a minha história, gostava realmente de saber se existem outras pessoas com o mesmo problema , ou que se identificam de alguma maneira com o que eu passei.
Ana Fonseca


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