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Channel: De Mãe para Mãe - Infertilidade
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A minha História - espero que tenha um final feliz (Abissinia)

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Inspirada por a:
querotemuito: https://demaeparamae.pt/forum/minha-historia-espero-que-tenha-final-feliz

Muito obrigada a todas por este cantinho, e por me lerem e aconselharem.

Até estou nervosa de escrever e de certeza que não falta muito por começar a chorar ao escrever. Mas falei com o meu Homem que precisava de escrever-vos pois não me parece que haja melhor sitio na internet do que vós para contar a nossa jornada.

Eu nunca tive o período. Nunca. Comecei a ver as minhas amigas na adolescência a lhes aparecer uma por uma, e a mim nada. Chegou o secundário e nada de aparecer. Lembro-me de estar numa esplanada quente de verão com uma prima minha mais velha e umas amigas delas, e uma delas me perguntar se eu tinha namorado. A minha prima prontamente respondeu por mim: "Achas! Ela nem tem período, quanto mais um namorado"! Fiquei com tanta tanta tanta vergonha, que pensei, já chega, ninguém tem que saber. E comecei a mentir e a dizer que sim, que já tinha aparecido e tal, e prontos. Assunto resolvido.
Mas sabia que algo se passava. Fui à médica de família, que me encaminhou para a especialidade de ginecologia, e o diagnóstico foi que os meus ovários eram pequenos. Tem que tomar hormonas de substituição, por isso, tem que tomar a pilula. Ok. E o Tempo passou.

Entretanto, passei para a especialidade de Endocrinologia, nos HUC. A minha médica, impecável, mandou-me fazer todos e mais alguns testes. No ADN tudo Ok, tudo Ok Tudo ok em todo o lado, não se percebe o porquê dos meus ovários serem assim mas aqui fica um palavrão: hipogonadismo hipergonadotrófico.

Avançando, conheci o Homem da Minha VIDA! Homem Lindo perfeito Amigo, a minha outra metade.

Falei com a Doutora de que estávamos a pensar em ter um filho, mas que dadas as circunstâncias, nunca iríamos conseguir, no qual era respondeu muito pronta e convicta: "Se não tem de uma maneira tem de outra!". E começou a falar na lei que mudou em relação á identidade das dadoras de óvulos, e que ia-nos pedir consulta na medicina da Reprodução nos HUC.

A Primeira consulta foi o chamado "cair da ficha". Acho que apesar de saber a minha vida toda, e que me sempre me disseram que nunca poderia ter filhos, aquela primeira consulta da fertilidade, a Prof. Margarida Silvestre foi impiedosa, eu tremendo do lábio para não desatar aos prantos a chorar, sem sequer conseguir falar, e só a tinha a dizer "Única hipótese é a doação de óvulos!!! Não se iluda, Não se iluda, com estes resultados nunca conseguirá engravidar!" Caiu-me tudo. Apesar de sempre saber, foi um descer à terra, um murro no estomâgo, uma bofetada tão grande de realidade, que ainda nem conseguigo descrever. Passei o dia seguinte inteiro na cama. Nem um estimulante de ovários ela sugeriu, nada nada.

Entretanto fizémos o espermograma e a eco endovaginal, e estamos à espera da segunda consulta.


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