Bom dia meninas.
Decidi partilhar a minha história por ser muito recente e preciso de encontrar pessoas que tenham passado pelo mesmo porque não estou a saber lidar com a situação.
Então cá vai.
Desde sempre que fui gordita. E com os meus 14 anos fiz uma dieta restrita e perdi 10kg num mês. Nesse ano fiquei sem menstruação. Andei 9 meses sem menstruar e escondia sempre a minha mãe (Não sei porquê). Então um dia comecei a ficar preocupada e contei a minha mãe e esta deu-me na cabeça por só ter contado ao fim de 9 meses. Fomos então a uma consulta no privado de ginecologia. Na altura não tinha ainda relações sexuais, óbvio. Fizemos ecografia pélvica, analises clínicas e então a médica receitou-me provera para a menstruação descer e tomar gynera até um ano, tempo ao final do qual poderia deixar e estaria regularizada. Um ano se passou, aumentei de peso. Ao voltar à médica, para supostamente suspender a gynera, a médica pergunta "quem é que lhe receitou esta pílula? Isto é para mulheres de 50 anos." Eu e minha mãe ficamos chocadas e dissemos que tinha sido a médica. Esta lá se apercebeu da situação e compôs e disse "agr não podes parar a pilula pq se voltares a emagrecer o período pára". Então conforme ia perdendo peso ia reduzindo a "dosagem" da pilula, segundo a medica. Passei por 3 e ultimamente estava com a yasminelle e depois passei por conselho de outro ginecologista para a genérica drosianelle.
Desde aí que tomei sempre a pilula. Tive sempre menstruação regulada. Parei um mês ou outro por iniciativa própria e não menstruava. Voltava então para à pilula. Nas consultas de ginecologia reportava o meu medo de poder não conseguir engravidar visto não menstruar se parar a pílula e já a tomar à muitos anos.
Em 2016 comprei casa e fui viver com o meu namorado. Em 2017 começava a pensar "se calhar daqui a 2, 3 anos gostava de engravidar"
Foi então que em dezembro de 2017 (25 anos) parei com a pilula com a seguinte intensão: uma vez que não quero engravidar já, vamos ver como o corpo reage à falta da pílula e o que se tem de fazer. Em janeiro de 2018 tive consulta no médico de familia e reportei-lhe a situação e este disse que um atraso até 5 meses pode ser "normal" face à ausência da pílula, mais que isso devia ir à especialidade.
Passaram 8 meses e não menstruava. Deixei passar os 8 meses pq na minha cabeça ia ser já no mês seguinte que ia menstruar, mas não.
Fui então a privado a ginecologia. Reportei a situação desde os meus 14 anos
A médica ao fazer ecografia endovaginal dizia não conseguir ver os ovários e que o meu útero estava "atrofiado". Saí de lá com dois possiveis diagnosticados: tumor ou menopausa precoce.
Vim de rastos embora. Chorei chorei chorei.
Fui a outro ginecologista e este tranqulizou-me no aspecto do tumor, dizendo ver tudo direitinho inclusive ovários e útero com dissensões normais. Fomos então fazer análises e tac à sela turca. Levei o resultado das análises ao ginecologista e este disse não poder me ajudar que teria de ir para endocrinologia.
Lá fui.
Na primeira consulta foi-me dito que poderia ser insuficiência ovarica primaria, mas que iriamos repetir as análises no hospital, mas primeiro iria tomar provera para menstruar e no 5 a 7 dia de menstruação fazer as análises, caso não menstrue em qualquer dia. Não menstruei. Fui fazer as análises. Na minha cabeça havia um misto de sentimentos antes de ir à consulta. Estava constantemente a pensar "vais chegar lá e o médico vai dizer: não menstruou porque está grávida" mas depois vinha uma voz "pára. Não vais estar nada grávida. Tu não vais conseguir engravidar. Não te iludas." E passei essas semanas até ir à consulta em constante ansiedade, sem dormir direito, a ter ataques de choro compulsivos.
Ontem (12-02-2019) fui novamente à consulta de endocrinologia. Diagnosticado: insuficiência ovarica primaria. Probabilidade de engravidar; muito reduzida para não dizer nula.
Próximo passo: saber a causa disto, exame ao cariotipo. E verificar a minha densidade óssea.
Tomar medicação (não me recordo do nome) durante 12 dias para menstruar e colar dermestril 100 até aos 50 e tal anos
Caiu-me tudo.
Como posso lidar com isto?
Como aceitar isto? Como? Ajudem-me meninas. E desculpem o texto longo
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IOP aos 26 anos
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