Muitas de vocês já conhecem a minha história. Azoospermia, a tentar desde 2015, um espermograma em 2016 que abalou o nosso mundo. Acompanhamento desde 2017 no hospital de Santa Maria, biópsia negativa. Entrada para uma lista de espera de um dador em janeiro de 2018. Uma tentativa no privado em julho do ano passado, primeira tentativa, uma inseminação artificial falhada. Nessa altura o meu mundo ruiu, tinha criado demasiadas expectativas. Tinha sonhado muito e achava sinceramente que como estava tudo óptimo comigo que iria mesmo resultar. Feito o luto desse negativo, começamos a pensar que a solução seria partir diretamente para uma FIV. Não iríamos continuar a tentar inseminações, iríamos fazer um esforço econômico enorme e fazer a FIV. Mas não na mesma clínica, durante o processo da inseminação existiram situações de que não gostámos e optamos por procurar alternativas. Encontramos a alternativa e tivemos a primeira consulta com o nosso médico actual no final de outubro. Uma nova esperança. Seria agora, só que não. O médico mandou-me fazer várias análises que eu nunca tinha feito! Muitas mesmo, felizmente estava tudo bem. Viu que eu tinha um ovário poliquistico (nunca ninguém me o tinha dito). Com todas as análises concluídas podíamos partir então para a FIV. O que aconteceu em janeiro deste ano. Desde o início informei o médico de que a médica na inseminação teve muita dificuldade em passar o caráter e o que seria simples, demorou muito tempo e foi doloroso. O meu médico decidiu fazer a experiência antes da FIV e viu que a situação era mesmo real. Dificuldade em passar o cateter! Colocou a possibilidade de se fazer uma dilatação do como do útero, mas acabou por não ser necessário porque ele conseguiu com um cateter mais fininho. Respirei de alívio eu e o meu marido! Bolas, parece que temos sempre contratempos. Em janeiro a menstruação chegou, comecei a estimulação e eis que tudo se torna um filme... Eu estava a responder muito bem, mas uns folículos estavam a Crescer mais que outros... No fim tudo aconteceu muito rápido e tive de aplicar a injeção final de urgência e fazer a punção de urgência. Enfim! A punção correu bem, tive 24 ovulos. No final fiquei com 11 embrioes blastocistos e transferimos 1. E um redondo negativo!! Ok. Se calhar a fresco o sucesso não é muito grande. Vamos tentar de novo. E fizemos Tec agora em março, faz hoje oito dias que foram transferidos para o meu útero dois blastocistos. A transferência foi horrível. Como o médico sabe do problema do colo do útero tenta sempre perceber se consegue passar o cateter antes de passar a parte dos embriões. E desta vez foi mesmo difícil. Demorou imenso tempo a conseguir! Na primeira transferência também foi difícil. Mas agora muito mais! Até que finalmente conseguiu... Antes de tudo fui informada pela bióloga que a primeira palheta que descongelaram não correu bem, um dos embriões degenerou e o outro não tinha muito bom aspecto. Descongelaram uma segunda palheta e segundo ela um estava excelente e o outro não tanto, mas bonito e foram esses dois os transferidos. Eu sei, eu sei que ainda tenho seis embriões. Mas e se agora não resultar? E se numa nova tec tiverem novamente de descongelar duas palhetas.. e não só uma? O medo atormenta-me. Não temos dinheiro para mais uma tec, quanto mais para uma nova FIV. Segundo o médico o meu endométrio estava muito bom, mas pelos vistos a estimulação ovárica em janeiro fez com que eu ganhasse um pólipo que tem menos de um centímetro... Mas a verdade é que não consigo deixar de pensar nisso e na questão do meu colo do útero. Parece que tenho o colo do útero muito bonito mas depois o cateter chega ali a meio e não passa! Não estou a ter sintomas. Apenas os seios muito inchados. Enfim. Entre hoje e amanhã viria a minha menstruação. Estou a morrer de medo de que venha... Ainda para mais o meu beta é sexta feira e por ironia do destino é o dia em que vão nascer os meus sobrinhos gêmeos que já tanto amo e que tanto anseio ver cá fora! E só penso que pode ser um dia duplamente feliz ou um dia agridoce e aí eu não sabia como iria lidar.. desculpem o testamento. Mas o cansaço já é muito.. eu só queria um filho.
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