Na última Newsletter da Associação Portuguesa de Fertilidade:
"10 FORMAS DE PREVENIR A INFERTILIDADE
1. Alimentação saudável e exercício físico
O excesso ou défice de peso estão, muitas vezes, na origem da infertilidade de um casal, por isso, a dieta equilibrada e o exercício físico controlado têm importância reforçada. Uma alimentação variada garante o bom funcionamento do organismo, por isso, a ingestão de nutrientes de forma equilibrada permite uma gravidez saudável. Vegetais, saladas, fruta (2-3 peças/dia), leite e derivados, carne e peixe devem constar sempre da dieta. Açúcares e gorduras devem ser evitados. Os alimentos ricos em vitaminas anti-oxidantes melhoram o desempenho dos espermatozóides. A ingestão de água é igualmente importante e deve respeitar-se a regra de 1,5 L água/dia. O exercício físico, mesmo que moderado, deve ser incluído na rotina, pelo menos, 3 vezes por semana, por forma a evitar os malefícios do sedentarismo.
2. Vestuário
Especialmente no caso dos homens, roupas apertadas e de tecido sintético são responsáveis pelo aumento da temperatura dos testículos, o que prejudica a produção e a qualidade dos espermatozóides. Prefira sempre roupas leves e confortáveis.
3. Desenvolvimento físico e sexual
O pediatra deve diagnosticar precocemente possíveis distúrbios genéticos e endócrinos na criança (atraso do crescimento, défice cognitivo, alterações físicas, défice ou precocidade da puberdade). A correcção dos distúrbios endócrinos sexuais deve ser, posteriormente, realizada por um urologista, no caso dos rapazes, e pela ginecologista, no caso dos distúrbios femininos.
4. Álcool, tabaco e drogas
O consumo excessivo de álcool deve ser evitado, assim como o tabaco e as drogas, mesmo que leves. O fumo e as substâncias presentes no cigarro provocam danos nos ovários e podem acelerar a menopausa. Além disso, estão também associados a uma maior taxa de abortos e gravidez ectópica. Nos homens, as substâncias que compõem o cigarro fragmentam o material genético dos espermatozóides e diminuem a sua mobilidade. O álcool e o consumo de drogas causam atrofia das células produtoras de testosterona, dificultam a irrigação sanguínea ligada a ereção e diminuem o número e a qualidade dos espermatozóides.
5. Sono
Respeitar as horas de sono é de extrema importância. Devem ser cumpridas as 8 horas de sono diárias.
6. Relações sexuais
As relações sexuais devem ser sempre conscientes e seguras. A utilização de preservativo é indispensável para evitar a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (DST’s). Sífilis e gonorreia, por exemplo, são duas das doenças transmitidas por via sexual e que podem causar infertilidade.
7. Exames médicos
O acompanhamento médico e a realização de exames periódicos são procedimentos indispensáveis para uma vida sexual saudável. É aconselhada a realização de uma ecografia pélvica feminina, aos 15 anos, para despiste de anomalias orgânicas e tumores, assim como uma mamografia/ ecografia mamária, que deverá repetir-se anualmente após o início da vida sexual. Para despiste do cancro do colo do útero recomenda-se uma citologia do colo do útero que, após o início da vida sexual, deve ser repetida todos os anos. No caso dos rapazes, o despiste da infertilidade é feito através de um o espermograma que deve ser realizado aos 18 anos de idade.
8. Antecedentes familiares e outras doenças
Deve procurar saber se existem antecedentes de infertilidade na família. Acne, pilosidade aumentada, menstruações irregulares ou amenorreia, lesões genitais, anomalias do pénis ou dos testículos são igualmente sinais aos quais deve estar atenta/o. Nos casos de doença oncológica, a criopreservação de ovócitos /tecido ovárico e espermatozóides/tecido testicular antes de uma cirurgia genital, quimioterapia ou radioterapia, podem ser a garantia de uma gravidez futura.
9. Trabalho
Em trabalhos industriais, é importante utilizar equipamento de proteção total, para garantir a segurança e proteção do corpo e de todos os órgãos. O tempo passado com equipamentos como o computador e o telemóvel também deve ser controlado.
10. Idade
No caso das mulheres, a idade pode ser, na verdade, um problema. Sobretudo a partir dos 35 anos, o potencial reprodutivo da mulher decresce de forma significativa. A partir dessa idade, é mais difícil ocorrer a fecundação."