Queridas companheiras de luta,
Encontro-me sem saber o que fazer neste momento. Vou contar-vos a nossa longa história.
Após quase um ano a tentar engravidar naturalmente e sem sucesso, fizemos espermograma, histerossalpingografia, análises hormonais ainda com a ginecologista que nos acompanhava e aparentemente tudo ok. Decidimos marcar consulta no Prof. Alberto Barros que referiu que dada a minha idade - 33 anos - e os exames normais achava que seria um caso fácil de resolver, prescreveu-nos a análise AMH que ainda não tínhamos feito e encaminhou-nos para o Dr. Cristiano Oliveira.
A AMH revelou-se um pouco baixa para a idade - 1.78 - mas nada problemático, segundo o médico. Fizemos ainda histeroscopia - o único exame que faltava - e aí vimos que tinha um mioma submucoso pequeno. O Dr. Cristiano ficou até na dúvida se deveria ou não operar e sempre disse que não achava que seria este o motivo para não engravidar. Ainda assim, podia prejudicar a implantação e futura evolução de embrião e por isso fiz 3 injecções de decapeptyl (1 por mês) e no final dos 3 meses fiz histeroscopia cirúrgica (via endovaginal) e retirei o mioma. Após isto, fizemos 2 coitos programados que não resultaram em gravidez e decidimos partir para a FIV.
1ªFIV (AB) - protocolo curto de puregon 300 - 7 óvulos, todos maduros, 7 embriões. Transferência ao 5º dia de dois embriões (restantes sem qualidade para criopreservar), um blastocisto expandido A e um B - resultado negativo (menstruei no dia do beta).
2ªFIV (AB) - protocolo curto de puregon 225 +menopur de 300 - 6 óvulos, todos maduros, 6 embriões. Transferência ao 5º dia de dois embriões B (restantes sem qualidade para criopreservar) - beta de 293, que caiu para 111 dois dias depois - gravidez não evolutiva.
Actualização do diagnóstico: à baixa reserva ovárica que tinha e decorrente das estimulações anteriores, apareceu-me quisto que se revelou mais tarde ser de endometriose. Nota: já antes, tinha falado ao médico poder ter endometriose, pois tinhas dores, ligeiras, nada de incapacitante entre as menstruações. Para despistarmos, fazia regularmente análise ao CA125 que sempre se revelou dentro dos valores normais (ainda agora, o quisto tem quase 4 cm e continuo com o indicador normal). Nas ecografias anteriores, nada de suspeito. Decidimos ainda nesta fase fazer estudo completo às trombofilias. Tenho mutação em heterozigotia do MTHFR - pelo que disse o doutor, algo muito comum e segundo ele, não seria a causa para a não evolução da gravidez.
3ªFIV (AB) - protocolo longo - injecção única de enlonva a que mais tarde adicionamos menopur e gonalf - 3 óvulos, 1 embrião transferido ao 3º dia, tomei aspirina, heparina e um corticoide nos primeiros dias após transferência para ajudar a implantação - resultado negativo. Nesta fase, pedimos ainda ao médico para fazer exame Tunnel ou fragmentação do DNA do espermatozoide para eliminar completamente factor masculino - tudo ok. Actualização de AMH - 0.78 (2 anos depois)
4ª FIV (Hospital Guimarães) - inscrevemo-nos no público em simultâneo, pois os tratamentos sã extremamente caros. Temos a sorte de ter o seguro SAMS que cobre uma parte do custo de até 2 FIV (cerca de 900Eur por FIV em 3700Eur que pagamos na AB). Diagnóstico de défice de Vitamina D - toma de Vigantol; Protocolo ultra-longo, 3 injecções de Zoladex (1 por mês), Pergoveris 300 - 3 óvulos, 3 embriões, transferidos 2 classe A e B ao terceiro dia - resultado negativo.
Encontro-me nesta fase e com 36 anos e sem saber o que fazer mais...segundo o Dr. Cristiano, o problema é a falta de qualidade dos meus óvulos, ainda que morfologicamente - por fora - sejam sempre bons, não o serão na realidade e isso impede que implantem e/ou evoluam. Alguém que tenha passado pro situação idêntica e possa ajudar-nos? Não sabemos o que fazer mais. Temos consulta marcada com o Dr. Sérgio Soares na IVI para ouvir outra opinião, ainda que tema que vá dizer o mesmo. Desde já agradeço todos os contributos/dicas que nos possam dar. Boa sorte e desejo de uma caminhada o mais curta possível para todas!